sábado, 9 de julho de 2011

Sedução




Apos toda seduçao, um solo faz os passos da dança.






Vejo um moço sentado na grama verde, olhando distraidamente para o belíssimo céu azul, onde havia nuvens espalhadas na imensidão, essas que formavam alguns desenhos se olhadas atenciosamente. Imagino que ele estivesse mal. Mas quando perguntei para ele o que tanto olhava, me respondeu calmamente.
 _ Não olho nada, tento seduzir.
Surpresa, eu sentei ao lado daquele homem estranho e observei a sedução.
Os olhos dele estavam fixados, tentando atrair, provocar o desejo. Em silêncio pleno ele esperava um sinal do ser amado. Mas ele não percebia que a sedução era em vão, era proibida, impossível. Seu corpo expressava a paciência de pescador que tinha, seus ombros estavam relaxados. O tempo se passava levando conosco o mundo, e o homem continuava ali parado na sua sedução. Aquela situação me atraiu, fez com eu sentasse na mesma grama.
Em um dia de chuva não havia céu perfeito para observar, gotas alagavam tudo, foi quando o moço desistiu de olhar e disse:
_ Com você ao meu lado corro risco, sou um sedutor e fico frágil ao ser seduzido.


quinta-feira, 27 de janeiro de 2011

Incautos



Vou ser o homem que só fala com voz melíflua*, aquele que tem obsessão arriscada pelo excesso. Observaria tudo com um olhar óptico, olharia pra tudo e perguntaria o porquê dos pequenos e mais ocultos detalhes. Não me impressionaria com o que os outros insistem que eu fique impressionada. Iria chamar o preconceito pra perto, iria deformá-lo e quando menos esperasse iria torná-lo uma extinção diante de mim. Iria supor para pobres que sou rico, e para ricos que sou pobre, só assim saberia quem é cada qual. Sou para o que nasci, e nasci para descobri. Quem sabe o homem não seja homem, quem sabe a mulher seja a menina, quem sabe o disfarce do mendigo na rua seja pra lhe observar de perto sem que você olhe pra ele.
Tenho tantas chaves, tenho chaves que ainda preciso descobri de onde são. Elas ocupam espaço, mas em breve com elas abrirei a porta da frente. Aqui não tenho limites, aqui não sou uma só pessoa, tenho várias caras, tenho várias vozes, aqui sou frágil e feroz ao mesmo tempo, aqui já morri tantas vezes, mas como podem perceber ainda estou aqui.

Apologize



 Moça de sorriso aberto, aquela que tantas vezes quis chegar perto do fim do mundo pra tentar achar o suposto “pote de ouro”. Enfiou o pé na jaca pela primeira vez, mas só entristeceu o rosto e continuou em busca do que ela achava ser o inicio de um final feliz. Isso é apenas o começo, tantas tentativas, no meio dessa loucura a moça descobria um pouco do que era a realidade.
Aprendia na marra a diferença entre a água e a lagrima, mas de nada serviu. Seria necessário pedir milhões de desculpas, trilhões de perdão, mas de nada adiantaria, a moça iria perdoar falsamente. Uma troca é sempre uma troca, deixa magoa, e tem que percorrer muito chão e aprender muito ainda. Um perdão exige sinceridade, então enquanto não puder perdoar, não finja.

Grandes contos

Povos do mundo todo, cada qual com seu cotidiano, vivenciando novas e antigas emoções.
Ás vezes grandes famílias se juntam em volta de uma mesa e daí começa a contar histórias, confraternizam coisas absurdas, mas que juram de pés justos serem verdade. Choram, sorriem, sobretudo registram valores. Assim sempre tem algo pra ser relembrado ou pra tentar acreditar que aconteceu realmente. Atos, gestos, sentimentos, tudo se conserva ao longo do tempo e vai à diante. Se eu dissesse que já vi um E.T,já estive na casa de uma bruxa, já fui casada com um lobisomem, já tive uma mula sem cabeça como animal de estimação, já morei ao lado de um vulcão em erupção, será que alguém acreditaria? A vida é assim, pessoas fazem seus contos e outros acreditam se quiser.

Vigarista por si


 Tão sã, se desfaz em prantos por pequenas atitudes, sabendo que foi por inocência. A visita em uma mente fraca se tornou a pele de um cordeiro estraçalhado ao chão. Buscando acabar com a saudade a futura vigarista atravessou o país. Em sua mente a tristeza, mas no Brasil a folia do carnaval, ela se perdeu pela multidão e por azar ficou sem nada. Tentando justiça errada, justiça com pulsos, pulsos fracos e frágeis que mal pulsavam sangue. Cometeu uma seqüência de erros pelo impulso do momento, e só depois com a cabeça quieta foi entender que apenas piorou a situação. Mas já não havia uma maneira de voltar ao passado e desfazer tudo, ou ela pagaria pelo erro, ou ela viveria no erro. Assim nascia a maior vigarista, por sorte ela se satisfez, foi sagaz em um momento e os erros se calaram com seu amor também vigarista.
Tudo isso parece tão fácil, mas não, e toda a trajetória, toda fuga, todo chão corrido, todo céu perdido, nada voltará, mesmo que nunca seja reconhecida por olhares, há de ter sempre um pé atrás.

Discordância de face



 É assim, se eu tampo sua boca seus olhos sérios parecem olhar pra mim, se tampo seus olhos sua boca parece querer sorrir. O conjunto dos olhos com a boca faz de sua face algo incompreensível. Se você tenta esta serio, você nega o sorriso, mas mesmo assim seu olhar representa o contrario. É engraçado tirar de uma só foto, vários senso de humor seu. Assim nunca sei sua exata tradução, assim tenho medo por não saber se você é apenas o olhar serio que parece me fuzilar, ou o sorriso calmo que me contagia e me aproxima.

Água do flutuar


 Se jogue na imensidão do mar e siga, tente percorre-lo todo, tente conhece-lo. Uma água que carrega leveza, que atrai a liberdade do corpo, é assim algo que se traduz como ilha flutuante, sem posição fixa e repleta de liberdade pra poder confundir pessoas. Não se tem rua, nem número pra bater na porta, mas tem a sensação de infinito, de livre. É imprevisível, muitos dizem ser traiçoeiro, é temido, pois em sua água salgada não existe chão pra poder pisar, não tem solo, não se existe caminhada ao mar. Ele nos atrai pra profundidade . Como pra qualquer peixe sem água não há vida, também existe a regra do humano, sem respiração não há vida. Arrisque-se sempre, porém saiba seus limites.