quinta-feira, 27 de janeiro de 2011

Incautos



Vou ser o homem que só fala com voz melíflua*, aquele que tem obsessão arriscada pelo excesso. Observaria tudo com um olhar óptico, olharia pra tudo e perguntaria o porquê dos pequenos e mais ocultos detalhes. Não me impressionaria com o que os outros insistem que eu fique impressionada. Iria chamar o preconceito pra perto, iria deformá-lo e quando menos esperasse iria torná-lo uma extinção diante de mim. Iria supor para pobres que sou rico, e para ricos que sou pobre, só assim saberia quem é cada qual. Sou para o que nasci, e nasci para descobri. Quem sabe o homem não seja homem, quem sabe a mulher seja a menina, quem sabe o disfarce do mendigo na rua seja pra lhe observar de perto sem que você olhe pra ele.
Tenho tantas chaves, tenho chaves que ainda preciso descobri de onde são. Elas ocupam espaço, mas em breve com elas abrirei a porta da frente. Aqui não tenho limites, aqui não sou uma só pessoa, tenho várias caras, tenho várias vozes, aqui sou frágil e feroz ao mesmo tempo, aqui já morri tantas vezes, mas como podem perceber ainda estou aqui.

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